Ardor bucal

Na maioria das vezes é possível relacionar a queixa de ardor bucal do paciente com algum transtorno local ou sistémico. Outras vezes essa relação não é possível de estabelecer e então, na vez de ardor bucal, falamos em “Sindrome de ardor bucal – SAB”, um quadro clínico mais complexo e, em certa, medida frustante para todos os envolvidos no caso, dada a grande resistência manifestada pela SAB a todo e qualquer tratamento.

As ultimas pesquisas vieram demonstrar que alterações salivares, seja em termos de composição da saliva seja em termos do fluxo salivar, parecem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de ardor bucal. As causas de “ardor bucal” podem ser diversas. Entre os factores locais, a saliva parece desempenhar um papel importante

Factores locais:

  • Alergias alimentares;
  • Alergias a materiais usados em próteses dentárias (acrílico e/ou metal);
  • Infecões (virais; helicobacter pylory);
  • Próteses mal adaptadas;
  • Doenças da lingua;
  • Refluxo esofágico;
  • Nevralgias a nivel oral;
  • Mau funcionamento das glândulas salivares;
  • Doença das gengivas;
  • Lesões da mucosa oral (brancas ou avermelhadas)

Factores sistémicos:

  • Deficiências nutricionais (litío, calico);
  • Azia;
  • Menopausa;
  • Diabetes, hipotiroidismo;
  • Sindrome de Sjogren;
  • Alterações imunológicas;
  • Alterações vasculares;
  • Alterações do sistema nervosa

Diagnóstico/Despiste. O diagnóstico é baseado:

  • revisão do histórico médico médico;
  • exame oral completo;
  • análises clínicas laboratoriais com vista ao despiste de possíveis infecções, deficiências nutricionais ou outras doeças que possam estar associadas como diabetes,
  • tiróide;
  • esfregaço oral para despiste de candidiase;
  • testes de alergológicos a matérias usados em próteses, alimentos (a mucosa bucal apresenta-se com aspecto normal ou seja não se observa una causa orgânica que justifique a dita sintomatología. Os avanços no estudo de métodos de diagnóstico que utilizam saliva como meio biológico para o diagnóstico e acompanhamento de condições bucais e sistêmicas apresentam resultados muito promissores, tornando a análise da saliva no futuro como um importante meio de diagóstico de rotina).
  • Ansiedade e depressão;
  • Defeciências nutricionais;
  • Síndrome de sjoergen;
  • Alterações hormonais;
  • Refluxo esofágico;
  • Candidíase oral;
  • Dentaduras mal adaptadas;
  • Nevralgias;
  • Secura da boca

O ardor bucal, muitas vezes descrito como uma sensação de dor ou queimadura da boca, sobretudo da língua, é na realidade caracterizado na maioria das vezes por uma tríade sintomática:

  • ardor bucal
  • transtornos do gosto
  • alteração da salivação.

Pode afectar qualquer pessoa, porém aparece mais frequentemente em mulheres a partir da meia idade.

Sinais e sintomas:

  • Sensação de queimadura na boca (moderada a severa) que pode persistir meses ou anos. Normalmente tal sensação inicia-se no final da manhã progredindo durante o dia e muitas vezes desaparece à noite. Numas pessoas a sensação é constante, noutras vai e vem;
  • formigueiro ou dormência da ponta da língua;
  • alteração do sabor (amargo, metálico);
  • boca seca;
  • dor

Tratamento

O tratamento obviamente deve ser adaptado às particularidades de cada caso incluir:

  • ajuste ou substituição de próteses irritantes;
  • estabilização de doenças já existentes, como diabetes, síndrome de Sjögren, depressão ou ansiedade, ou um problema de tiróide para melhorar os sintomas de ardência bucal, recomendando suplementos para deficiências nutricionais;
  • se possível, alteração de alguma medicação que possa estar relacionada com sensação de ardor bucal ou na impossibilidade de substituição ponderar a redução da dose;
  • eventualmente prescrição de medicamentos para aliviar a boca seca
  • tratamento duma eventual candidíase oral.

Quando nenhuma causa pode ser encontrada, o tratamento é dirigido aos sintomas para tentar reduzir a dor associada com a síndrome de ardência bucal. Algumas dicas que podem ajudar:

  • Beba água com frequência;
  • Evite substâncias irritantes, como quente, alimentos picantes, enxaguatórios bucais que contenham álcool ou produtos ricos em ácido, como frutas e sucos cítricos;
  • Mascar pastilhas sem açúcar (com xilitol);
  • Escovar os dentes/próteses com bicarbonato de sódio e água.
  • Evite álcool e tabaco.